Entrevista com Sérgio Ronaldo, secretário geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
Sergio Ronaldo
‘Sindiserf-RJ chega como solução para servidores do Rio de Janeiro’
É com grande entusiasmo que Sérgio Ronaldo, secretário geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), saúda a filiação do Sindiserf-RJ à Condsef. Fruto de tal parceria, ele aceitou o convite do Sindiserf e esteve no Rio de Janeiro dias 20 e 21 de setembro para participar de três assembleias com associados e servidores, duas na cidade do Rio e uma em Nova Iguaçu. Na entrevista abaixo ele fala sobre a representatividade do Sindiserf no estado, a importância de novos e antigos servidores acompanharem o sindicato, e as lutas da categoria neste segundo semestre de 2023, principalmente a batalha por um orçamento justo para o serviço público e contra a reforma administrativa. Confira:
Sindiserf-RJ – Como o senhor vê a filiação do Sindiserf-RJ à Condsef?
Sergio Ronaldo – Para nós foi uma satisfação imensa, porque no Rio de Janeiro nós já tivemos outros sindicatos filiados, mas não deram certo. E o Sindiserf-RJ chega como uma solução para esse conjunto de servidores e servidoras que estavam abandonados.
O Estado do Rio de Janeiro é o estado que tem o maior número de servidores públicos federais entre ativos, aposentados e pensionistas. E estavam sem uma organização consistente que os representassem diretamente diante de todos esses desafios e temas que temos a tratar. O Sindiserf-RJ então chega em boa hora, tirando do relento esse conjunto dos servidores.
Sindiserf-RJ – Nessa parceria servidor local, Sindiserf-RJ e Condsef, o que o senhor acha que é mais importante o servidor do Rio levar, tendo em conta toda a experiência em serviço público federal?
Sergio Ronaldo – O que a gente sempre recomenda é que os servidores procurem estar organizados através de seus sindicatos. O sindicato é a fortaleza, é o instrumento de classe, de luta, da classe trabalhadora. Quem não está filiado está só. O sindicato é quem tem propiciado nestes últimos períodos todo o enfrentamento na defesa das políticas públicas, das nossas pautas, na defesa dos reajustes, na defesa dos concursos públicos e na defesa dos servidores.
Então a nossa orientação vai ser a de que sempre os servidores estejam organizados, filiados nos sindicatos, porque essa é a trincheira que defende a classe trabalhadora e contribui com o país.
Sindiserf-RJ – Na nova conjuntura nacional o governo dá mais força ao Estado, e possivelmente virão novos concursos públicos. Qual o seu recado aos jovens que se tornarão servidores para vestirem a camisa do estado e dos sindicatos?
Sergio Ronaldo – Nos primeiros nove meses de 2023 o atual governo Lula já fez mais concursos do que os governos Temer e Bolsonaro. Os 8.500 concursos de 2023 já superaram o negacionismo dos últimos dois governos. Então há a expectativa que em 2024 sejam em torno de 8.500 a 10.000 novos concursos públicos. As pessoas então comecem a se preparar porque vão ter a oportunidade de ingressar no serviço público.
As entidades sindicais têm uma parcela importante nisso, pois é uma pauta histórica sindical a necessidade de mais servidores, com boas condições de trabalho para melhor realizarem o serviço público do dia a dia que atenda bem o cidadão.
Ao entrar no serviço público, o novo servidor deve procurar quem organiza e quem toca as demandas dele, que são os sindicatos. Lá é que ele será orientado e defendido no dia a dia sobre seus deveres e seus direitos.
Então para nós é um motivo de alegria a volta dos concursos públicos.
Estamos começando a dar alguns passos adiantes significativos. E as pessoas têm que estar conscientes de que querem trabalhar com políticas públicas, com os mais carentes, os mais necessitados, para que o serviço público responda a altura as necessidades dessa população tão sofrida de nosso país.
Sindiserf-RJ – Até o fim de 2023 as duas pautas principais dos servidores são a luta por um orçamento federal digno para 2024, que responda as necessidades do país e as merecidas demandas dos servidores, e o fim da reforma administrativa. Como está essa caminhada e como o Sindiserf-RJ pode ajudar?
Sergio Ronaldo – Em plenária nacional os servidores públicos tiraram uma agenda comum. No dia 3 de outubro vamos fazer um dia nacional de luta para mostrarmos a nossa insatisfação com essa proposta do presidente da Câmara dos Deputados de querer impor um projeto que foi derrotado nas urnas. A PEC 32 (reforma administrativa) já foi derrotada. O que precisamos e queremos é uma reforma do aparelho do Estado para melhorar as condições de vida do povo, que passa pela melhora das condições dos serviços e dos servidores públicos, não pela destruição.
E com relação ao processo de negociação por um orçamento que contemple nossas necessidades achamos que vamos avançar. Agora, é preciso construir um processo de mobilização porque nada vem de graça, e para nós servidores públicos nunca foi fácil, e não será. Então é preciso estar atento, acompanhando e seguindo as orientações do sindicato. Acompanhando as informações e apostando no processo de mobilização, porque algo que venha para 2024 só virá favorável para nós se for como fruto do processo de construção de mobilização e de pressão nos representantes do governo.